quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Condenada por denunciar falso aborto

Condenada por denunciar falso aborto

Em fevereiro de 2009, Paula de Oliveira, brasileira que morava na Suíça, prestou queixa à polícia local dizendo-se vítima de um ataque de um grupo de skinheads em uma estação de trem de Zurique. Segundo a denúncia, os criminosos a teriam agredido e escrito a sigla SVP com uma faca em seu corpo.
A brasileira também disse na época ter sofrido um aborto espontâneo após a agressão, mas a alegação de que estava grávida de três meses acabou desmentida em seguida por exames ginecológicos e de laboratório. O caso chegou a provocar uma onda de indignação no Brasil, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cobrar das autoridades suíças empenho nas investigações. Após a descoberta de que não estava grávida, entretanto, Paula acabou admitindo a manipulação e foi processada por falsa denúncia.
A Justiça de Zurique condenou a brasileira a pagar duas multas de 10,8 mil francos suíços (R$ 18.180) e de 2,5 mil francos suíços (R$ 4.208). Para a juíza responsável pela decisão, a acusada 'sabia que estava prestando queixa por um fato que nunca existiu' e 'a capacidade de compreensão dela estava intacta'. A defesa, entretanto, afirmou que Paula sofria de perturbações neuropsicológicos provocados por uma doença autoimune, o lúpus sistêmico. Após a apresentação de um laudo que reduziu para nível 'médio' a responsabilidade da ré, Paula de Oliveira teve seus documentos devolvidos e foi autorizada a voltar ao Brasil, onde foi submetida a tratamento psiquiátrico.
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