Torturador de crianças diz que sofria maus tratos
Em março de 2008, a menina Lucélia Rodrigues da Silva, então com 12 anos, foi encontrada, após denúncia anônima, acorrentada em uma escada, amordaçada e com vários ferimentos pelo corpo, no apartamento da empresária Silvia Calabresi de Lima, em um setor nobre de Goiânia (GO). Com a promessa de melhores condições de vida, a empresária criava a criança havia dois anos, com autorização da mãe biológica.
Segundo a polícia, a empresária feria Lucélia com alicate nos dedos das mãos e dos pés, na língua e no corpo. A mulher também apertava os dedos da criança em portas e a queimava com ferro de passar roupa. Sílvia e a empregada, Vanice Novais, foram presas e condenadas a 14 e sete anos de prisão, respectivamente.
A defesa de Sílvia recorreu diversas vezes, solicitando que ela fosse submetida a um exame de sanidade mental. Os advogados alegavam que ela teria transtornos psicológicos por ter sofrido abuso sexual desde os 7 anos e maus tratos quando criança. Em decisão unânime, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido. 'A instauração de incidente de insanidade mental pressupõe a configuração de dúvida razoável sobre a integridade mental, o que não foi demonstrado na petição inicial e tão pouco nos documentos coligidos nos autos', justificou o relator do caso, ministro Joaquim Barbosa.
