Casos como o da promotora Deborah Guerner, suspeita de forjar insanidade mental em exames médicos feitos a pedido da Justiça para escapar das acusações de envolvimento com o esquema de corrupção do 'Mensalão do DEM', levantam dúvidas quanto à eficácia da perícia psiquiátrica. Seria possível enganar o perito, simulando sintomas de loucura?
Para Guido Palomba, um psiquiatra forense experiente jamais se deixará enganar. 'Eu diria que é praticamente impossível a simulação da loucura para um perito experiente, um perito verdadeiro. Para o perito verdadeiro, a loucura é insimulável', diz.
O psiquiatra forense afirma que não é possível reproduzir os sintomas da loucura, já que existe uma linguagem corporal peculiar para cada distúrbio mental. 'Existe uma linguagem pré-verbal, uma linguagem até física, que é insimulável. Por melhor ator que você seja, não vai conseguir ter o brilho dos olhos do delirante', diz. De acordo com Palomba, os farsantes são facilmente desmascarados porque a loucura simulada representa uma ruptura de comportamento incomum. 'Ele teria que simular antes, durante e depois (do crime). 'Vou simular uma loucura e vou cometer um crime'. (...) Nenhuma loucura nasce da noite, do nada. Você tem que ter antecedentes pessoais de loucura. Se você simulou a vida inteira, agiu como um louco e continua sendo como um louco, então você é um louco', comenta.
