
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Briga entre religiosos termina com um morto
Um confronto entre membros de uma igreja evangélica e um grupo de seguidores de uma religião afro-brasileira deixou um morto e um ferido na região metropolitana de Porto Alegre (RS), em novembro de 2010. Nilton Rodrigues, 34 anos, foi morto a facadas quando participava de um retiro espiritual em um morro de Sapucaia do Sul, junto com outras sete pessoas. Segundo testemunhas, os evangélicos foram surpreendidos por cinco integrantes de uma religião africana, que chegaram ao local para fazer um ritual. Durante a discussão, Nilton e outro membro de sua igreja foram esfaqueados. Após o tumulto, os agressores fugiram em um automóvel e não foram localizados

Ex-BBB morto em sushi-bar
Participante da nona edição do Big Brother Brasil, André Cowboy (foto) foi morto com um tiro na nuca no dia 1º de junho de 2011, em seu sushi-bar em Alumínio (SP). Por volta das 2h, o ex-BBB ouviu o latido de seus cachorros e foi verificar o que estava ocorrendo. Pouco tempo depois, sua mulher escutou o som de um disparo de arma de fogo e acionou a Polícia Militar.
Após a morte, a polícia trabalhou com diversas hipóteses para o crime, sendo as principais latrocínio - roubo seguido de morte - e execução por cobrança. Segundo parentes, o ex-BBB se endividou ao abrir o sushi-bar, instalado na fazenda onde morava, e estaria sofrendo com o assédio de agiotas. A Delegacia de Alumínio chegou a colher o depoimento de credores de Cowboy, sem, entretanto, identificar qualquer suspeito.

Prefeito petista é assassinado
Oito meses após assumir a prefeitura de Campinas (SP), o prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT (foto), foi assassinado às 22h do dia 10 de setembro de 2001, véspera dos atentados ao World Trade Center, em Nova York. Segundo a investigação, o carro de Toninho foi alvejado por três disparos logo após sair de um shopping de Campinas. Um dos projéteis de 9 mm atingiu o prefeito, que morreu na hora.
Na versão da Polícia Civil, Toninho foi morto porque atrapalhou a fuga da quadrilha do criminoso Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que estava em um Vectra prata. Dos quatro integrantes da quadrilha, apenas Andinho está vivo, e ele nega participação no assassinato. Os outros acusados pela morte do então prefeito foram mortos em duas ações policiais em Itu e Caraguatatuba. Em setembro de 2007, a Justiça paulista não aceitou a denúncia contra Andinho, por falta de provas. A Promotoria não havia encontrado a arma do crime nem estabelecido a motivação para a morte de Toninho do PT. A família do ex-prefeito defende a tese de crime político, já que ele vinha fazendo uma série de mudanças em contratos públicos, como o da administração do lixo e dos transportes, além de ter prestado depoimento na CPI do Narcotráfico.

Morte choca o Paraná
A morte do bancário Miguel Donha (foto) chocou o Paraná no início de 2000. Assassinado no dia 21 de janeiro daquele ano, Donha era filiado ao PPS e o principal nome da oposição para a disputa das eleições para prefeito do município de Almirante Tamandaré, na Grande Curitiba, que na época era comandada por César Manfron, candidato à reeleição. Na noite do crime, ele e sua mulher, Iara, retornavam de um casamento quando foram abordados por dois homens no portão da chácara do casal. Ambos foram levados até Rio Branco do Sul e, no trajeto, Iara foi abandonada pela dupla. Em seguida, os criminosos dispararam contra as pernas de Donha, que teve uma artéria perfurada e não resistiu.
Três semanas após o crime, a polícia prendeu o mecânico Edson Farias, acusado de ser o autor dos disparos. Edson identificou seu comparsa apenas como Zé e disse que havia sido contratado por um motorista da prefeitura, Antônio Martins Vidal, o Tico Pompílio, para dar um "susto" em Donha. Em troca do serviço, Edson receberia R$ 300 e um cargo na prefeitura. O irmão do prefeito, Ademir Manfron, chegou a ser citado nas investigações por participação no crime, mas ainda não foi levado a julgamento. Edson, Tico Pompílio e um cunhado do motorista foram assassinados no decorrer do processo, enquanto Zé permanece foragido. Para a família, o motorista da prefeitura seria apenas o contratante do crime, restando à Promotoria a tarefa de identificar os verdadeiros mandantes.

Crime na rua Cuba
O advogado Jorge Toufic Bouchabki e sua mulher, Maria Cecilia Delmanto Bouchabki, foram assassinados enquanto dormiam na véspera do Natal de 1988, na residência onde moravam na rua Cuba, no bairro Jardim América, em São Paulo. Na ocasião, o filho mais velho do casal, Jorginho Bouchabki (foto), então com 19 anos, passou a ser um dos suspeitos, mas não foi levado a julgamento por falta de provas.
Logo após o crime, a empregada doméstica Olinda Oliveira da Silva afirmou que não havia rusgas entre o casal e seu filho. Em 1998, entretanto, a empregada voltou atrás e disse que Jorginho havia discutido com a mãe no dia anterior à morte do casal, porque a mulher não aceitaria o namoro do filho com a estudante Flávia Soares. Ainda de acordo com a empregada, o bate-boca terminou quando Maria Cecília quebrou um taco de sinuca nas costas de Jorginho. No fim de 2008, passados 20 anos da morte do casal, o crime prescreveu.

Caso Daudt
O radialista e deputado estadual pelo Rio Grande do Sul José Antônio Daudt (foto) foi assassinado no dia 4 de junho de 1988, na porta do prédio onde morava no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Daudt foi atingido por dois tiros de espingarda calibre 12, disparados por um homem que estava em um Monza cinza.
Em meio a uma sequência de erros na investigação, incluindo a contaminação da cena do crime e a demora em checar denúncias do paradeiro do atirador, a polícia identificou o principal suspeito pelo crime, o também deputado estadual Antônio Carlos Dexheimer Pereira da Silva, colega da vítima na bancada do PMDB. Especulava-se na época que Dexheimer estaria com ciúmes da mulher, Vera, de quem havia se separado três meses antes. Levado a julgamento em 1990 pelo Tribunal de Justiça do Estado, o deputado foi absolvido por falta de provas. Desde 2008, o crime está prescrito.

Caso Kliemann
O casal Kliemann (foto) protagonizou um dos casos policiais mais misteriosos da história do Rio Grande do Sul. Na noite de 21 de junho de 1962, Margit, mulher do deputado estadual Euclides Kliemann (PSD), foi encontrada morta na residência do casal no bairro Moinhos de Vento, região de alto padrão de Porto Alegre. Segundo a polícia, a mulher foi golpeada com um objeto que perfurou seu crânio e depois jogada do alto da escadaria do casarão, morrendo a poucos metros da porta de entrada.
O deputado estadual foi imediatamente apontado como o principal suspeito. Perseguido pelas acusações, Euclides Kliemann teve um fim trágico um ano e dois meses após o crime, quando concedia entrevista ao vivo a uma rádio de sua cidade natal, Santa Cruz do Sul (RS). Na ocasião, o vereador Floriano Peixoto Karan (PTB), conhecido como Marechal, discutiu com o deputado e, em meio ao bate-boca, empunhou um revólver e atirou à queima-roupa contra Kliemann, que morreu na hora. O vereador foi condenado a um ano e seis meses de prisão, sem que se identificasse o responsável pela morte de Margit.

Pastora tenta atear fogo em umbandista
Uma pastora da Assembleia de Deus foi detida, em maio de 2009, acusada de agredir uma umbandista em Pilares, na zona norte do Rio de Janeiro. O motivo da briga seria uma homenagem que a vítima fazia a uma entidade da religião afro-brasileira. A evangélica usou um banco de madeira para atacar Cirene Dark e ainda tentou atear fogo na vítima.
A agressora foi levada ao 24º DP, onde o crime foi registrado como cárcere privado, lesão corporal, tentativa de homicídio, tentativa de incêndio e intolerância religiosa. Após prestarem depoimento, as duas foram liberadas.

Bispo é mantido refém por quadrilha em Macapá
Em julho de 2011, o bispo de Macapá (AP), dom Pedro Conti, e outras cinco pessoas foram mantidas reféns por mais de três horas de uma quadrilha de assaltantes que invadiu a Casa Paroquial, na antiga catedral de São José. O trio de criminosos resolveu entrar na Casa Paroquial após se deparar com uma viatura do Batalhão de Operações Especiais (Bope), logo depois de assaltarem uma loja em um centro comercial da cidade.
O trio era comandado pelo presidiário Osmídios Cardoso da Silva, que havia fugido da penitenciária estadual em janeiro daquele ano. No momento da invasão, o bispo conseguiu se trancar em uma sala reservada na parte de cima da Casa Paroquial e ficou isolado, enquanto cinco pessoas que estavam no andar térreo foram rendidas pelos assaltantes. A igreja foi cercada por policiais do Bope, que negociaram a rendição da quadrilha. Com o trio, foram apreendidos um revólver calibre 38, uma pistola, um pé de cabra, cinco aparelhos celular e uma pequena quantia de dinheiro, além de barbantes e munições.

Irritado com barulho, vizinho atira contra igreja
Incomodado com o barulho provocado por um culto realizado na Igreja Assembleia de Deus ao lado do prédio onde morava na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, um taxista disparou pelo menos seis tiros contra o telhado do templo em janeiro de 2007. Após a prisão do taxista, o advogado do suspeito disse que seu cliente perdeu o controle porque os cultos ultrapassavam "os limites do tolerável" e perturbavam a paz dos moradores, pois as cerimônias avançavam pela madrugada, com muito barulho.
Os disparos ocorreram quando o templo era ocupado por cerca de 15 fiéis. Os projéteis atravessaram as telhas e atingiram a sala onde deveriam estar reunidas as crianças de igreja, mas ninguém se feriu. Segundo testemunhas, a rixa do vizinho com os religiosos era antiga. "Ele botava cola no cadeado que tranca a porta, já jogou coisas no telhado e até soltou fogos dentro do templo. Mas isso é o diabo que toma conta dele e o obriga a fazer essas coisas", disse Ueldon Brito de Souza.

Homem embriagado dispara arma para interromper culto
Em julho de 2009, um homem foi preso após invadir uma igreja e tentar interromper um culto evangélico a tiros em Campos Novos (SC). Morador de um imóvel vizinho à igreja, o homem de 41 anos entrou no templo e efetuou seis disparos para o alto, além de ameaçar matar um dos religiosos que conduziam o culto.
O suspeito, segundo testemunhas, apresentava sintomas de embriaguez e exigiu que a cerimônia fosse encerrada. Após disparar para o alto, o homem tentou fugir em um carro, mas acabou colidindo em um poste. Ao chegarem ao local, policiais civis encontraram várias armas dentro do carro do suspeito - uma espingarda, um revólver calibre 38, uma caixa de munição e pólvora. Apesar das ameaças, ele foi detido por porte ilegal de armas e embriaguez ao volante.

Padre é forçado a posar para foto com material pornô
Cumprindo seu terceiro mandato como deputado estadual por São Paulo, o padre Afonso Lobato (PV) teve a casa assaltada em setembro de 2011, em Taubaté (SP). Enquanto era feito refém por cinco homens fortemente armados, o político e sacerdote foi obrigado, segundo sua assessoria de imprensa, a posar para fotos segurando material pornográfico levado pelo grupo. Ele ainda foi forçado a dizer palavras de baixo calão.
Portando fuzis, metralhadoras e pistolas, a quadrilha invadiu a casa pela manhã, sob o pretexto de entregar uma cesta de café da manhã aos donos da residência. Quando a empregada abriu o portão, foi rendida pelos assaltantes. Além de Lobato, a empregada, um motorista e outro funcionário do deputado foram feitos reféns. As vítimas foram imobilizadas com algemas plásticas enquanto o bando revirava o imóvel. Os assaltantes fugiram levando eletrônicos e um cofre com R$
9 mil e documentos.

Pastor é denunciado por intolerância religiosa
Em julho de 2009, a Lei Caó - que torna o crime de discriminação religiosa inafiançável e imprescritível - fez suas primeiras vítimas no Brasil. O pastor evangélico Tupirani da Hora Lores, 43 anos, e o estudante Afonso Henrique Alves Lobato, 26 anos, foram presos no Rio de Janeiro sob acusação de intolerância religiosa, após postarem vídeos e textos na internet em que incentivam a violência contra seguidores de outras religiões.
Além dos crimes de intolerância, a dupla foi acusada de envolvimento na invasão e depredação do Centro Espírita Cruz de Oxalá, na zona sul do Rio de Janeiro. Em um dos vídeos divulgados por Afonso Henrique, o estudante declara desprezo pelas instituições policiais e judiciárias, além de afirmar que todos os pais-de-santo são homossexuais e que todo centro espírita cultua o demônio. No vídeo, o jovem ainda confessa a invasão do centro espírita, dando detalhes da ação, e afirma que "dormiu tranquilo" na noite do crime. No final de julho a Justiça concedeu liberdade provisória à dupla.

Padre é assassinado em chácara no RS
Após quatro dias desaparecido, o padre Jacinto Allebrandt, 57 anos, foi encontrado morto, parcialmente enterrado na chácara em que morava em Brochier, no interior do Rio Grande do Sul, em maio de 2011. Cerca de uma semana depois, a polícia identificou e prendeu o principal suspeito pelo crime: Everton Carvalho de Aguiar, 28 anos.
Em depoimento à polícia, Everton confessou o crime e disse ter assassinado Allebrandt por não querer manter relações sexuais com o padre. O preso contou que, no dia do crime, visitava pela segunda vez a chácara do sacerdote, onde realizava trabalhos de manutenção. Na primeira vez em que esteve na chácara, o suspeito disse que notou que a vítima se insinuava, mas nada aconteceu. Na segunda visita, entretanto, o padre teria sido mais 'incisivo'. Decidido a não aceitar a investida do padre, Everton teria entrado em luta corporal com a vítima, que foi assassinada por asfixia.

Padre é vítima de extorsão em SP
Integrante da Pastoral do Povo da Rua, o padre Júlio Lancellotti se viu envolvido em polêmica após denunciar, em 2007, ser vítima de uma tentativa de extorsão por parte de um ex-interno da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) de São Paulo - atual Fundação Casa. Um grupo de quatro suspeitos, liderados por Anderson Batista e sua mulher, Conceição Eletério, acusava o padre de manter relações sexuais com adolescentes e de desviar recursos de organizações não governamentais (ONGs).
À polícia, Lancellotti disse ter repassado ao grupo cerca de R$ 80 mil, após receber seguidas ameaças de Batista, que dizia manter um relacionamento homossexual com o sacerdote. A defesa do ex-interno afirmava que Batista teria recebido do padre mais de R$ 600 mil durante oito anos e que eles mantinham relações sexuais. Levados a julgamento em 2008, os quatro foram absolvidos por falta de provas. Entretanto, em 2011, após nova denúncia de extorsão, Anderson e Conceição foram novamente presos e, no ano seguinte, condenados a sete anos e três meses de prisão pela 25ª Vara Criminal da Barra Funda, em São Paulo.

Bispo anglicano é morto por filho adotivo
Em fevereiro de 2012, o bispo da igreja anglicana Edward Robinson de Barros Cavalcanti, 68 anos, e sua mulher, Miriam Nunes Machado Cotias Cavalcanti, 64 anos, foram mortos a facadas na residência do casal, em Olinda (PE). O filho adotivo do bispo, Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, confessou o crime após tentar cometer suicídio.
Segundo uma filha adotiva do casal, Eduardo Olímpio se mostrou agitado e já havia feito ameaças contra ela e outra irmã. Momentos antes de discutir com o pai, o suspeito foi visto amolando uma das cinco facas encontradas com ele após o crime. Depois de cometer os crimes, Eduardo ingeriu grande quantidade de substâncias químicas e foi levado inconsciente para um hospital do Recife. Após receber alta, ele confessou os crimes, alegando se sentir abandonado e desprezado pela família.

Missionária americana é morta no Pará
Defensora dos direitos de pequenos produtores rurais da região paraense de Altamira - área de intenso conflito fundiário -, a missionária americana Dorothy Stang, 73 anos, foi morta com sete tiros em fevereiro de 2005, em Anapu, no sudeste do Pará. O homicídio ganhou repercussão entre as entidades ligadas aos direitos humanos em todo o mundo.
Cinco pessoas foram condenadas pelo crime: os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, que teriam pagado R$ 50 mil pela execução; Rayfran das Neves, o Fogoió, que confessou ter matado a missionária; Clodoaldo Batista, que seria comparsa de Rayfran; e Amair Feijoli da Cunha, o Tato, que confessou ter contratado os pistoleiros. Em outubro de 2011, Bida deixou a prisão após cumprir mais de um sexto da pena de 30 anos a que foi condenado, cumprindo o restante em regime s
emiaberto.

MORTE POR COMEMORAÇÃO BARULHENTA
Um torcedor do Internacional foi assassinado a tiros, por volta das 2h de 17 de agosto de 2006, na travessa Miranda e Castro, bairro Santana, em Porto Alegre. Rodrigo Almeida Carvalho, 19 anos, comemorava o título do time, que venceu a Libertadores da América, quando foi alvejado pelo vizinho Wagner Lemos Medeiros, 57 anos, que também é colorado e não teria gostado do barulho provocado pelo rapaz.
O jovem morreu por volta das 8h, no Hospital de Pronto-Socorro. Segundo informações da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, Lemos foi autuado em flagrante.

TRAGÉDIA POR CAUSA DO VOLUME DA TV
Márcio José Bastos, 24 anos, afirmou à polícia ter matado sua cunhada, a adolescente Gabriella Oliveira Ribeiro, 17 anos, com uma facada na garganta no dia 19 de setembro de 2011 em Itatiba, a 64 quilômetros de São Paulo. Ele contou que se descontrolou após discutir com Gabriella por causa do alto volume da televisão.
A morte da adolescente ficou conhecida como o Caso Gabriella e chocou a cidade de Itatiba pela crueldade, sangue frio e banalidade na morte da adolescente. A estudante de 17 anos foi encontrada com um corte profundo no pescoço, caída no chão do quintal da casa, no Jardim Esplanada, onde residia com os pais. Seu corpo foi localizado por sua mãe que a princípio desconfiou que a moça tivera um mal súbito e chamou o Corpo de Bombeiros.

MENINO MATA AVÓ PARA JOGAR
Um adolescente de 16 anos foi apreendido por suspeita de assassinar a avó de 65 anos a facadas dentro de casa no bairro Cidade Jardim, em Pirassununga (SP). Aos policiais militares, primeiros a atender a ocorrência, no dia 11 de abril de 2012, o jovem afirmou que a idosa estava "pegando no seu pé" e que a matou porque ela o proibiu de jogar videogame.
O jovem foi encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia Civil do município. Ele morava com a avó e mais uma tia.

PM MATA POR R$ 1
Uma discussão por causa de R$ 1 causou a morte de um motorista de van que fazia o itinerário Sepetiba-Padre Miguel, no dia 10 de março de 2012, no Rio de Janeiro. Carlos Alberto Faria Souza, 54 anos, foi assassinado por um cabo da polícia militar que se negou a pagar a tarifa correta da viagem para Bangu - as linhas têm preços diferentes para localidades próximas e distantes. Depois de discutir e descer do veículo, o policial fez três disparos contra o condutor do veículo, que morreu na hora.
Segundo informações da Divisão de Homicídios, o policial pagou R$ 2,50, valor da passagem de van para Campo Grande. Quando contou que só desceria em Bangu, foi cobrado pelo motorista, que exigia R$ 1 a mais pelo trajeto restante. O cobrador da van desceu antes do ponto final, já que era a última viagem da linha e deixou motorista e policial sozinhos no veículo. No fim do trajeto, ocorreu o crime. O policial foi preso e confessou o homicídio, mas alegou legítima defesa.

“ELE TINHA SÓ R$ 5”
Um agente penitenciário de 54 anos foi morto no dia 2 de dezembro de 2012 em um assalto na Ilha de Itaparica, na região metropolitana de Salvador (BA). De acordo com a Polícia Civil, Edson Nunes foi baleado após entregar a carteira para três suspeitos. O autor dos disparos foi preso posteriormente, e revelou a policiais da 19ª Delegacia de Itaparica que atirou no agente "porque ele tinha só R$ 5".
O crime ocorreu por volta das 5h10, no loteamento Ilha Verde, quando Edson se dirigia para o trabalho. Os três suspeitos o cercaram e exigiram que ele entregasse sua carteira. Após perceber a pequena quantia, Vanderson Teixeira Santos efetuou três disparos na vítima, que morreu no local.

DISCUSSÃO NO TRABALHO
Uma discussão de trabalho terminou em morte na noite do dia 12 de dezembro de 2012 em um hotel de luxo na alameda Campinas, nos Jardins, região central de São Paulo. Segundo informações da Polícia Civil, o ajudante Claudemir Alves dos Santos, 38 anos, entrou em discussão verbal com o chef João Batista de Souza Jorge, 43 anos, nas dependências do hotel.
Em determinado momento, o ajudante pegou uma faca e desferiu diversos golpes em seu colega de trabalho, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

SERVIÇO RUIM LEVA A ASSASSINATO
O pintor José Martins dos Santos, 52 anos, foi preso em Água Fria (BA) por suspeita de assassinar o gesseiro Lucas da Conceição dos Santos, 32 anos. O crime teria sido motivado pelas restrições que o pintor fazia ao trabalho da vítima, considerado de péssima qualidade. Além disso, o suspeito não concordava com a forma de trabalhar do gesseiro, que costumava atrasar ou faltar ao serviço.
O assassinato ocorreu no dia 22 de dezembro de 2012, no bairro Jardim Petrolar, em Alagoinhas. Lucas morreu no local depois de ser atingido por três golpes de faca que acertaram a face, o pulmão e o coração.

MORTO POR EVITAR O DESPERDÍCI
O dono de um restaurante foi morto no dia 15 de janeiro de 2013 em Planaltina (DF), região administrativa a 40 quilômetros de Brasília, após reclamar a clientes por deixarem comida no prato. Josafá Pereira da Silva, 46 anos, era proprietário de um estabelecimento que cobra R$ 7,99 por almoço, mas pede que não haja desperdício.
Na segunda-feira, dois homens almoçaram no restaurante, mas deixaram comida no prato. Eles voltaram no dia seguinte e o dono do local fez a reclamação. A dupla deixou o restaurante, mas voltou uma hora depois e matou o comerciante. Os suspeitos fugiram

MORTE POR R$ 7 EM SÃO PAULO
O estudante de Administração e morador de Campinas (SP) Mário dos Santos Sampaio foi morto na noite do dia 31 de dezembro de 2012 após discussão por uma diferença de R$ 7 no valor da conta no restaurante Casa Grande, no Guarujá (SP). José Adão Pereira
O publicitário Rauany Neves Farias disse que o valor da refeição divulgado pelo estabelecimento era R$ 12,99, mas na hora de pagar a conta foi cobrado R$ 19,99. Ele contou que Sampaio reclamou da mudança de preço e por causa disso houve uma discussão com o caixa, que chamou o gerente, Diego Souza Passos, 23 anos. Ele e o pai, José Adão Pereira, 55 anos, dono do restaurante, são suspeitos pelo crime.

MANICURE SEQUESTRA E MATA CRIANÇA
A manicure Suzana Oliveira Figueiredo é suspeita de sequestrar e matar o menino João Felipe Bichara, de seis anos, em Barra do Piraí (RJ), no dia 25 de março de 2013. A mulher, que cuidava das unhas da mãe da vítima, fingiu ser madrinha do menino e foi buscá-lo na escola.
A manicure levou a criança até um hotel, onde ele foi estrangulado e colocado dentro de uma mala. Após ser presa, ela contou várias versões diferentes sobre o crime. A polícia investiga hipóteses como vingança, sequestro por dinheiro e até crime passional, especulando que a suspeita mantinha sentimentos pelo pai da vítima.

DENTISTA QUEIMADA POR R$ 30
A dentista Cinthya Magaly moutinho morreu após ser queimada dentro do próprio consultório em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Segundo a polícia, os criminosos ficaram irritados após usarem o cartão da dentista para sacar dinheiro e descobrirem que havia apenas R$ 30 na conta da vítima. O crime aconteceu no dia 25 de abril de 2013.
Quatro suspeitos pelo crime foram detidos pela polícia, incluindo um adolescente de 17 anos, que confessou ter ateado fogo na dentista. Segundo a polícia, eles costumavam assaltar consultórios médicos na região.

FILHA MORRE AO DEFENDER PAI EM BRIGA
No dia 27 de abril de 2013, o pai de Kerolly Alves Lopes, 11 anos, foi até a pizzaria de George Araújo de Souza, em Aparecida de Goiânia (GO), acompanhado das duas filhas: Kerolly e uma irmã de 14 anos. Após uma discussão, Souza apontou um revólver para o pai das meninas, ameaçando atirar. Quando os três já estavam na calçada, o dono da pizzaria disparou, acertando a cabeça e uma das pernas de Kerolly.
A menina ficou internada, mas teve morte cerebral no dia 6 de maio. O atirador chegou a ser preso, mas foi liberado após apresentar um pedido de habeas-corpus.

BARULHO EM CONDOMÍNIO DE LUXO
o dia 23 de maio de 2013, o empresário Vicente D´Alessio Neto, 62 anos, decidiu acabar de uma vez por todas com uma antiga rixa com o casal que vivia no andar de cima do apartamento onde ele morava, em um condomínio de alto padrão em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Após um ano de mútuas acusações sobre barulho, Vicente pegou sua arma, um revólver calibre 38, e subiu para a última discussão com Fábio de Rezende Rubim, 40 anos, e Miriam Amstalden Baida, 38 anos. Lá, ele descarregou o revólver, matando os dois, poupando apenas a filha do casal, de 1 ano e meio.
Em seguida, o empresário voltou para casa, recarregou a arma e se despediu da mulher. "Amor, acabou. Você está entendendo? Acabou! Agora a sua vida é por você", essas foram as últimas palavras de D´Alessio, que retornou ao elevador e deu um último tiro, que dessa vez lhe tirou a própria vida.

DENTISTA TEM CORPO QUEIMADO NO TRABALHO
Pela segunda vez em pouco mais de um mês um dentista é queimado vivo dentro do próprio consultório por criminosos em busca de dinheiro. Alexandre Peçanha Gaddy foi rendido na noite do dia 27 de maio de 2013 por dois assaltantes. Como não tinha uma quantia alta em seu local de trabalho, acabou tendo o corpo incendiado pelos criminosos.
Mesmo em chamas, ele conseguiu pedir socorro e narrar o que aconteceu. Após ser atendido em um hospital da cidade, ele chegou a ser transferido para o Hospital Albert Einstein em São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, no dia 3 de junho.

CHORO
No dia 28 de junho, criminosos invadiram uma casa onde vivia uma família de bolivianos, na zona leste de São Paulo. Segundo a polícia, os bandidos se irritaram quando descobriram que as vítimas tinham apenas R$ 4,5 mil em casa e com o choro da criança. Antes de deixar a residência, um dos bandidos atirou na cabeça do menino Brayan Yanarico Capcha, cinco anos.
Os criminosos estavam armados com quatro facas e dois revólveres. Assustado, o menino chorava e fazia barulho, e os bandidos ameaçavam os reféns caso os gritos não parassem. Impaciente, um dos bandidos atirou na cabeça de Brayan, que foi socorrido, mas não resistiu.
No mesmo dia do crime, os primeiros suspeitos foram detidos e no dias seguintes, outros envolvidos foram presos.

EXPULSÃO
Uma partida de futebol terminou com duas mortes após a expulsão de um dos jogadores, no dia 30 de junho de 2013, na zona rural de Pio XII, no Maranhão. Após o lance polêmico, o jogador Josenir Santos Abreu começou a agredir o árbitro Otávio Jordão da Silva, que reagiu sacando uma faca e matando o atleta com um golpe.
Revoltados, jogadores e torcedores partiram para cima de Otávio. Amarrado, ele foi espancado e apedrejado até a morte e ainda teve o corpo esquartejado. Com requintes de crueldade, os agressores ainda colocaram a cabeça da vítima em uma estaca nas proximidades do campo. Imagens de celulares das testemunhas ajudaram a polícia a identificar os agressores.
Revoltados, jogadores e torcedores partiram para cima de Otávio. Amarrado, ele foi espancado e apedrejado até a morte e ainda teve o corpo esquartejado. Com requintes de crueldade, os agressores ainda colocaram a cabeça da vítima em uma estaca nas proximidades do campo. Imagens de celulares das testemunhas ajudaram a polícia a identificar os agressores.

Atirador invade escola do Rio e mata 12 alunos
Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril de 2011. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e se suicidou logo após o atentado. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.
O caso ganhou repercussão também pelas possíveis motivações para o ataque. Fotos e vídeos forma divulgados posteriormente. Em um vídeo, Wellington justificou o massacre por ter sido vítima de bullying praticado por "cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem". Na casa dele, foram encontradas ainda diversas anotações que mostraram uma fixação pelos ataques de 11 de setembro de 2001. Além disso, havia manuscritos de cunho religioso em sua residência, que diziam, dentre outros itens, que ele não poderia ser tocado por "impuros".

Agredidos por estarem de mãos dadas
Em dezembro, em outro caso na avenida Paulista, um estudante e um operador de telemarketing, ambos de 28 anos, foram agredidos na avenida Paulista, zona central de São Paulo. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os jovens disseram que apanharam por serem homossexuais. No entanto, os dois ataques em um intervalo de tempo inferior a 30 dias não são relacionados, segundo o delegado assistente do 5° DP (Aclimação), Renato Felisoni, que investiga os casos. Porém, de acordo com ele, o mo
tivo para ambos foi homofóbico.
Gays atacados na avenida Paulista
Em novembro de 2010, um fotógrafo e um estudante estavam juntos em um táxi e foram atacados. Quando o grupo de agressores se aproximou, teria dito que eles eram "um casal", os chamado de homossexuais e agredido os dois com socos na cabeça. O fotógrafo correu para o Metrô, mas o estudante foi espancado com uma lâmpada fluorescente. Ele foi encaminhado para o Hospital Oswaldo Cruz, medicado e liber
ado.

Neonazistas matam casal em aniversário de Hitler
Em 21 de abril de 2009, seis pessoas teriam participado de uma trama para assassinar um casal em uma festa em comemoração ao 120º aniversário do líder nazista Adolf Hitler, em Quatro Barras (PR). A vítima, Renata Waeschter Ferreira, 21 anos, namorava Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, que para a polícia era líder do movimento no Paraná. Ele e Renata foram assassinados por pessoas que faziam parte do mesmo grupo e divergiam, especialmente de Bernardo, em algumas questões, e não os queriam mais no poder. Segundo a polícia, o grupo paranaense pretendia criar uma ONG para atrair simpatizantes de Adolf Hitler e constituir um partido político e iniciar um projeto para a criação de um novo Estado.

Neonazistas agridem negro no RS
Em 2009, a Polícia Militar do Rio Grande do Sul prendeu dois suspeitos de terem ligação com o movimento neonazista no Estado. Testemunhas afirmaram que ambos pretendiam urinar no saguão da estação Mercado quando foram vistos por um segurança negro. A dupla teria então feito referência à sua cor e discutido com ele. O segurança foi esfaqueado no pescoço e sobreviveu ao ataque. Um dos acusados era suspeito de três tentativas de homicídio contra judeus na cidade.

Punks matam entregador de pizza em SP
Três punks foram presos em 2007 acusados de matar um entregador de pizza em um terminal de ônibus no centro de São Paulo. Os suspeitos teriam gritado "aqui é punk!" e exigido pagar apenas R$ 0,60 por um pedaço de pizza que custava R$ 1. Um dos jovens, de 22 anos, teria agredido um funcionário com uma vassoura. Outro punk, de 19 anos, teria tirado uma faca do casaco e atingido outro trabalhador no peito. A vítima foi encaminhada para o Hospital Vergueiro, mas não resistiu aos ferimentos
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Skinhead é morto por punks em SP
Em 2007, um jovem de 22 anos foi morto por um grupo de punks na rua Augusta, em São Paulo. Sem chance de reação, Ricardo Cardoso levou facadas nas costas e golpes de barra de ferro na nuca.
A vítima teria sido atacada, segundo a polícia, por causa de uma rixa anterior e pelo fato de pertencer a um grupo de skinheads nacionalistas rivais aos punks. Cardoso já teria se envolvido em outras brigas entre gangues anteriormente.

Skinheads obrigam jovens a pular de trem
Em dezembro de 2003, dois jovens foram obrigados a pular de um trem em movimento perto da estação Brás Cubas, em São Paulo. Os acusados eram skinheads, e teriam confundido as vítimas com membros do movimento punk. Na ocasião, Cleiton da Silva Leite, 20 anos, morreu. Outra vítima, Flávio Augusto do Nascimento Cordeiro, acabou gravemente ferido e chegou a ter um braço amputado.
O sobrevivente descreveu a abordagem dos skinheads, que estariam armados com soco inglês, tchaco e punhal. Disse que no dia do crime ele vestia com uma camisa de uma banda e por isso teria sido confundido com um punk. O jovem negou pertencer ao movimento. Um dos acusados do crime, Juliano Aparecido de Freitas, foi condenado semana passada a 24 anos e seis meses de prisão.

Carecas do Brasil atacam gays
Era 2 de dezembro de 1993. Quatro integrantes do movimento conhecido como Carecas do Brasil chegaram à manifestação pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids na Cinelândia, no Rio, com paus e pedras e começaram a agredir homossexuais. As vítimas protestavam contra o preconceito que os aidéticos sofriam. Quatro manifestantes acabaram feridos. Os carecas chegaram a perseguir representantes do grupo gay Atobá até a Estação do Metrô, onde os agrediram a socos, pauladas e pontapés.

Chacina da Candelária
Cerca de 70 pessoas dormiam sob as marquises da igreja da Candelária em uma noite de julho de 1993. Dois carros chegaram e deles saíram homens que assassinaram, a tiros, oito moradores de rua com idades entre 11 e 22 anos. Eram crianças e jovens miseráveis, muitos deles órfãos, que morreram sem explicação.
A investigação mostrou a participação de policiais militares na chacina. Os motivos que levaram os agentes de segurança a realizarem o massacre, que chocou o País e levantou questões sobre os direitos humanos e a violência urbana no Rio, ainda não são totalmente conhecidos. Mesmo dentre os sobreviventes, 39 deles morreram de causas violentas nos anos seguintes. Para o fato não cair no esquecimento, uma cruz com o nome dos meninos foi colocada em um jardim em frente à Igreja.

O risco de um diagnóstico precipitado
Para Guido Palomba, o grande causador de laudos precipitados que livram criminosos de alta periculosidade de penas mais rígidas é a escassez de peritos capacitados. "A nossa legislação criminal é ótima. O grande problema não é a legislação, são os peritos improvisados. (...) São poucos bons peritos que conhecem a legislação", critica. Essa falta de formação de peritos, para o psiquiatra forense, leva a dois graves problemas. O primeiro são casos de pessoas de extrema periculosidade que ganham a liberdade. O segundo é que muitos doentes mentais são tratados como criminosos comuns, representando um risco tanto à sua saúde quanto à dos outros presos.
Em decorrência do baixo número de especialistas em psiquiatria forense, muitos juízes acabam nomeando psiquiatras clínicos para fazer o diagnóstico, o que, na opinião de Palomba, acarreta um risco muito alto. "Há um improviso, às vezes o juiz chama psiquiatras clínicos, porque a demanda é grande. (...) Existe uma diferença entre psiquiatria clínica e forense, da mesma forma que existe entre o médico clínico e o cirurgião", afirma.
Outro ponto polêmico é a determinação de que cabe ao juiz nomear o perito, sem haver critérios explícitos para a nomeação. "A lei diz o seguinte: perito é de confiança do juízo. Teoricamente ele pode nomear quem ele quiser, não deve explicação para quem ele quiser. Pode ser um conhecido, pode ser um desconhecido. Esse é um grave problema", afirma. Segundo Palomba, caberia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) alterar as normas que regem a nomeação de peritos, estabelecendo critérios como experiência e notório saber.

É possível burlar a perícia?
Casos como o da promotora Deborah Guerner, suspeita de forjar insanidade mental em exames médicos feitos a pedido da Justiça para escapar das acusações de envolvimento com o esquema de corrupção do 'Mensalão do DEM', levantam dúvidas quanto à eficácia da perícia psiquiátrica. Seria possível enganar o perito, simulando sintomas de loucura?
Para Guido Palomba, um psiquiatra forense experiente jamais se deixará enganar. 'Eu diria que é praticamente impossível a simulação da loucura para um perito experiente, um perito verdadeiro. Para o perito verdadeiro, a loucura é insimulável', diz.
O psiquiatra forense afirma que não é possível reproduzir os sintomas da loucura, já que existe uma linguagem corporal peculiar para cada distúrbio mental. 'Existe uma linguagem pré-verbal, uma linguagem até física, que é insimulável. Por melhor ator que você seja, não vai conseguir ter o brilho dos olhos do delirante', diz. De acordo com Palomba, os farsantes são facilmente desmascarados porque a loucura simulada representa uma ruptura de comportamento incomum. 'Ele teria que simular antes, durante e depois (do crime). 'Vou simular uma loucura e vou cometer um crime'. (...) Nenhuma loucura nasce da noite, do nada. Você tem que ter antecedentes pessoais de loucura. Se você simulou a vida inteira, agiu como um louco e continua sendo como um louco, então você é um louco', comenta.

Como é feita a perícia
Em caso de suspeita acerca da capacidade mental de um réu, a Justiça nomeia um perito para examiná-lo e determinar se o criminoso pode ou não responder por seus atos. É instaurado assim um 'incidente de insanidade mental', suspendendo o processo até que seja feito um diagnóstico das condições psíquicas do réu.
“(O perito) vai articular o discurso médico com o discurso jurídico e vai apresentar esse laudo ao juiz. Se ele for doente mental e cometeu o crime por ser doente mental, vai pra inimputabilidade. Se não, vai para a imputabilidade”, afirma Palomba.
Cabe ao perito em psiquiatria forense examinar o paciente 'de ponta a ponta', segundo Palomba. Informações como antecedentes pessoais, condições de gestação, nascimento, escolaridade, doenças pregressas e uso de drogas são levadas em conta. Também são analisados casos de doença mental na família, que muitas vezes são hereditárias, além de um trabalho psíquico detalhado, em que são checadas a memória, o pensamento, o sentimento, a intuição, a percepção, o humor, etc. 'Na posse de todos os elementos, ele já sabe quem é o individuo, como que é o passado dele, a família. Pega todo esse conjunto, digamos, médico e articula com o crime que ele praticou. Como foi o crime? Tem coisas inusitadas? Como foi praticado? Por que ele praticou?', explica o psiquiatra. Assim, o perito identifica se o acusado é insano e se cometeu o crime por esse motivo.

A importância do diagnóstico
Do ponto de vista criminal, a perícia para atestar a insanidade mental de criminosos é fundamental para definir a punição a que estão sujeitos. A capacidade da pessoa ter consciência de seus atos e estar ciente das punições legais em caso de infração é chamada imputabilidade penal. Aquele que não tiver essa capacidade, em decorrência de condições psíquicas adversas, é considerado inimputável, não podendo cumprir pena como um criminoso comum.
O psiquiatra forense Guido Arturo Palomba explica a diferença entre os dois tipos de criminosos. Enquanto criminosos considerados 'normais' vão para um presídio em caso de condenação, aqueles diagnosticados com distúrbios mentais que tenham praticado o crime devido a essa condição psíquica vai para uma Casa de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, o antigo manicômio judiciário.
A legislação brasileira determina que a pena máxima que um criminoso comum pode cumprir é de 30 anos de prisão. Este limite não se aplica em casos de pacientes com alta periculosidade e diagnosticado com distúrbios mentais. 'Quando aquele indivíduo que é normal termina de cumprir a pena, ele vai pra rua. No caso do doente criminoso, quando termina aquilo que se chama de medida de segurança - que é um substitutivo da pena -, ele não vai pra rua. Só sai se acabar a periculosidade', diz Palomba. Ao final da medida de segurança, o paciente passa por uma avaliação de sua periculosidade, e caso seja considerado perigoso o seu retorno à sociedade, passa mais um ano sob custódia do Estado. 'Se não cessou a periculosidade, fica mais um ano. No final desse ano, se não cessou a periculosidade, fica mais um, e assim ele pode ficar indefinidamente - e até por mais de 30 anos, porque medida de segurança não é pena', explica.

Abusos teriam levado jovem a matar amante em motel
Em maio de 2011, o empresário Fábio Gabriel Rodrigues foi assassinado pela amante, a estudante Verônica Verone, 18 anos, em um motel de Niterói (RJ). De acordo com a polícia, Fábio estava desacordado quando a estudante o estrangulou, possivelmente com um cinto. Ela ainda arrastou o corpo do empresário do quarto até a garagem do motel (foto). Para a polícia, Verônica teria cometido o crime porque Fábio havia terminado o relacionamento uma semana antes.
A tese sustentada pela defesa de Verônica foi de que a jovem tinha problemas mentais herdados do pai e poderia ter cometido o crime durante uma crise. Seus advogados alegaram ainda que ela sofreu abusos sexuais na infância.
Levada a julgamento, Verônica teve negada a hipótese de inimputabilidade e foi condenada a 15 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Promotora é presa por forjar insanidade mental
Acusada de participar do esquema de corrupção no governo do Distrito Federal conhecido como 'Mensalão do DEM', a promotora Deborah Guerner foi presa em abril de 2011, suspeita de forjar insanidade mental em exames médicos feitos a pedido da Justiça.
A promotora havia aparecido em um vídeo no qual ela simulava insanidade. Gravações de encontros dela com o psiquiatra paulista Luis Altenfelder Silva Filho, captadas pelo circuito interno da casa da promotora e apreendidas com autorização da Justiça, mostram detalhes da armação, na qual ela era treinada para ser reprovada num teste de sanidade mental. Deborah queria ser considerada doente por peritos judiciais e conseguiu ser afastada, em dezembro de 2010, de suas funções no Ministério Público do Distrito Federal.
Diante das evidências de fraude, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região negou, por unanimidade, um pedido de inimputabilidade da defesa de Deborah Guerner. Desta maneira, ela poderá responder pelos crimes de que é acusada: concussão (ato de exigir dinheiro ou vantagem em razão da função), violação de sigilo funcional, formação de quadrilha e extorsão.

Atropelador é preso após ser internado em clínica
No dia 25 de fevereiro de 2011, o funcionário do Banco Central Ricardo José Neis, 47 anos, atropelou um grupo de ciclistas que passeavam por ruas do bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre (RS), ferindo pelo menos 17 pessoas. Segundo testemunhas, Neis dirigia um Golf preto e acelerou o carro, atingindo os ciclistas que bloqueavam uma rua. Em depoimento à Polícia Civil, Neis alegou legítima defesa, relatando que os manifestantes agiram com violência contra seu carro.
Diante da iminência de sua prisão, Neis se internou em uma clínica psiquiátrica de Porto Alegre. Segundo seus advogados, o objetivo da internação foi garantir a integridade física e psicológica do bancário. O médico que o atendeu decidiu mantê-lo em observação, pois entendia que haveria o risco de suicídio.
Em março, a Justiça acolheu pedido de prisão preventiva contra Neis e determinou que ele fosse transferido ao Presídio Central, baseada em laudo do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), que não diagnosticou doença psiquiátrica nem quadro depressivo com risco de suicídio. Também não foi constatado pelo IPF a necessidade de atendimento médico especializado em unidade psiquiátrica fechada, sob cuidado e vigilância contínuos. Após ser beneficiado por um habeas-corpus, Neis aguarda o julgamento em liberdade.

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